Como comecei a escrever poesias – Parte 1
- Laila Assad

- 7 de ago.
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de ago.

A primeira frase que marcou minha história
“Mãe, imagem que nunca se esquece”
A área da escrita… Eu acho que a primeira frase que me lembro de ter escrito e que realmente chamou a atenção das pessoas foi numa homenagem ao Dia das Mães, no meu colégio. Eu devia ter uns nove anos.
A professora pediu que escrevêssemos algo que remetesse à figura materna. Seriam selecionadas frases e textos para serem expostos no mural da escola, como uma forma de homenagear todas as mães. Me recordo de ver várias amigas se empenhando, escrevendo textos lindos, mas todos com a ajuda de suas mães.
Aquilo me incomodou. Se a homenagem era para as mães, por que elas mesmas estavam ajudando na criação? Guardei esse pensamento só pra mim e fiquei em silêncio. Enquanto isso, os dias passavam e eu não conseguia escrever nada. Nenhuma frase saía.
Foi então que simplesmente me coloquei a observar minha mãe. Fiquei olhando para o rosto dela — tão claro, com olhos azuis profundos, o cabelo muito louro, tão linda! Um sorriso encantador e constante em seu rosto... me encantei e pensei: nunca me esquecerei dela!
E, nesse olhar silencioso, nasceu a frase:
“Mãe, imagem que nunca se esquece.”
Escrevi em um cartaz bem simples. Fui tímida, quase invisível, com minha frase pequena no meio de tantos textos elaborados. Mas, para minha surpresa, foi justamente essa frase que foi escolhida entre todas.
Hoje entendo por quê. Aquilo era verdade. Aquilo era meu.
E hoje, mais de 30 anos depois da partida da minha mãe para o plano espiritual, essa frase ainda ecoa dentro de mim. Porque mãe é, de fato, uma imagem que nunca se esquece.
Depois disso, na adolescência, a escrita se tornou minha companheira silenciosa. Eu preenchia diários inteiros. Eram textos muito poéticos, cheios de sentimentos, desabafos e versos. Quando eu estava triste, confusa, ou apenas querendo entender o que se passava dentro de mim, eu escrevia. E escrevia muito.
Era assim que eu me curava.
Escrevia… e me aliviava.
Mas guardava tudo para mim.
Não mostrava pra ninguém.
Esse foi o meu começo.
E a poesia, mesmo sem saber, já morava em mim.
Por Laila Assad de Mattos Coautora do Projeto Bela&Deia
Em breve conheça também a Parte 2 desta trajetória poética.

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