Como comecei a escrever poesias – Parte 2
- Laila Assad

- 9 de ago.
- 2 min de leitura

Poemas que nascem de olhares infantis
Desde pequena, eu adorava recitar trechos de músicas que me tocavam profundamente. Tinha a mania de trocar a letra das músicas por palavras criadas por mim, mantendo apenas a melodia original. Era uma brincadeira entre rimas, poesias e canções — e eu sempre gostei disso.
Foi então que, em meados da década de 1990, mais precisamente por volta de 1995, conheci o Método Padovan. E me encantei. O método é construído sobre ritmos, melodias, poesias e músicas. E isso me fisgou de imediato. Trabalhar a totalidade do ser humano com base nesses elementos era algo que conversava diretamente com minha alma.
E assim segui, encantada com o poder do ritmo, da melodia e da palavra.
Até que, no final da mesma década, atendi um paciente muito especial: o Luiz. Um menino lindo, de olhinhos pretos, cabelos loiros, muito esperto.
Ele sempre me pedia:
— Faz um poema com uma aranha?
E eu inventava na hora, brincando com as palavras, só para vê-lo sorrir.
— Faz um poema com o meu time de futebol?
Lá ia eu, criando versos cheios de emoção e torcida.
— E com o fundo do mar?
Foi aí que nasceu o poema “Fundo do Mar”:
Tibum, tibum, chuá, chuá,
como é bonito o fundo do mar…
Esse poema ficou guardado no meu coração por muitos anos, até que foi publicado no livro Baú Encantado das Poesias.
Com o tempo, fui percebendo que escrever poemas era também um jeito de escutar a alma das crianças. Cada poema nascia de um olhar, de uma fala espontânea, de uma brincadeira durante o atendimento. Era como se cada criança me entregasse uma sementinha — e eu regava com versos.
Muitos dos poemas que escrevi naquela época estão hoje nesses dois livros: o Florescer e o Baú Encantado das Poesias. São palavras que floresceram da escuta, do afeto e da vivência com meus pacientes. Poemas que, ainda hoje, guardam o brilho daqueles olhinhos atentos e criativos que um dia me pediram: “Inventa um poema pra mim?”
E eu, com alegria e amor, inventei. E sigo inventando.
Por Laila Assad de Mattos
Coautora do Projeto Bela&Deia
Perdeu o início? Leia a Parte 1.
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Pronto para o desfecho? Em breve conheça a Parte 3...







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